Prepara-me uma cama,
Põe-te na comodidade do lado de tua escolha,
Repousa aí o teu corpo desnudo de sonhos.
Nesse instante quero, não mais que, a veracidade
De tuas entranhas, banhadas pelo melhor dos vinhos,
A me alimentar as fantasias.
Quero apenas tu em mim.
Na pureza de alma e corpos, sem inocência,
Sem que caiba amarras ou o teu sacrifício.
Unge-me, com beijos,
Recíproco será todo o meu eu, embora profano,
Porquanto, reto - por virtude a ação, maravilhosamente, diversa.
Assim presentes, tu e eu, a excitar-nos
Na realidade do verbo que nos confunde os sentidos,
Quando então desconhecemos quem somos, negando-nos...
Entregamos-nos um ao outro, a si próprio.
Sem reservas na sacrossanta partilha de nos mesmos,
Onde todo amor é eterno, enquanto o gozo durar.
Unge-me com beijos
E me deixa descansar sobre o teu peito o meu eu verdadeiro,
Em vestes castas, enquanto se esparze o êxtase dos nossos caprichos. |