Ah, que dó.
Tanta coisa, tantos nós...
E de nós, nozes senão quebradas, trincadas.
Como porcelanas, embora, recuperadas,
A expertise diz que o valor se tonou menor.
Rever faz até chorar, mas, quê.
Não é bem essa a pretensão...
Que siga então a profissão de fé, credo em cruz,
Livrai-me das armadilhas do passado.
Com está não é, se foi, do verbo nunca mais.
Quanto aos pedaços e folhas espelhados ao chão - são só sobras. Até que venha ao encontro a Inspiração, juntá-los é o que resta como opção.
E tu parede de pintura gasta, como outrora, sem que importe a estação a postos, com prontidão fraternal de comadre, a escutar as lamentações...
Por algum tempo como de mim, também, me esqueci de ti, mas igual hei de te revestir, farás parte da nova composição.
Assim como tu velha latada, soerguendo-te, doravante serás caramanchão.
Florirás na primavera, adornado pela flor-da-paixão, inebriante. Guardarás, dos destemperos do tempo os que te buscarem o aconchego. E quando o outono vir, belos frutos penderão por entre os teus madeiros. Para ti os olhares - Resplandecente e acolhedor serás, de inverno a verão.
Ah, quanto pó.
Porém, o que se encontrava pelo chão, de volta às origens... De quando em vez, é preciso engatar a ré, recomeçando as marchas.
Sim... Elas, as cicatrizes... Qual que - sem dó.
Não raro nobilitam a peça agregando-lhe valor distinto.
Valham-me... Não dá para circunscrever-lhes.
Em realidade apenas a verdade - Vê-las já não faz chorar,
Se tocadas, salienta-se, somente, só, o incrédulo.
Se milagre da fé, não sei...
Se algo tem de filosofia, política, literatura, fenomenologia ou economia... Que sei eu, nada, absolutamente nada – Todavia, sob a maestria da Inspiração, torna-se fácil juntar fragmentos, ressignificar as marcas – Transformá-los em tomos, ditar o mote - Reescrever a Própria História.
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