Já não aguento as noites que varam madrugadas em que ela em meus lençóis me subordina impiedosa abusando de minhas fraquezas, deleitando-se com meus arrepios.
Quebrando o silêncio meus gemidos abafados, desconexos os meus pensamentos dando-se por vencidos incapazes se quer de imaginar, quanto mais reagir – sou apenas mais um ser, quase inerte e aos seus pés. De quando em quando sôfrega minha respiração tenta oxigenar meu corpo debilitado, porém o fôlego escasso me volve ainda mais passivo então simplesmente me deixo estendido sobre um leito descomposto, banhado em suor seus lençóis e eu, enquanto ela desfila ante meus olhos soberana, ao quadro da minha exaustão a somar-se as quantas convulsões em que vibro, instantes infinitos, onde ciente de si mesma e do seu objetivo simplesmente, , mantem-se no aguardo...
No despertar do dia ela de todo se revela.
Então me dou conta que já não sou senhor de mim, na peça a mais completa desordem, em sussurro braços se entrelaçam entre em soluços de adeus. Quanto a mim, sigo ainda...
Pasmo diante dos fleches dos dias e noites de pleno prazer e alguns dissabores desfrutados.
Totalmente aniquilado minha entrega é total, quando então me parece outro o tempo, e eu já não a vejo em vestes exóticas, mas sim radiante e fraternal tal qual uma deusa!
Estreitando-me ao seu peito, me envelvem emanações de sentimentos não provados e assim se vão aliviando meus pesares.
Agora nada mais tenho, quem ela é, eu tampouco sei, tudo me é estranho!
Conquanto a vida segue os seus ritos eu os observo plácido, sem saber ao certo se vivo ou sonho, todavia, sinto forte que ainda sou!
|