Embora ainda não saiba de onde vim, para onde estou indo, e inclusive o que, aqui estou fazendo, não obstante, seguro é que eu não estou só ao pensar que a vida poderia ser apreciada com mais simplicidade, melhor observada à beleza de cada uma de suas estações, e vivida qualquer das suas sutilezas com o prazer de um passeio ao fim de uma tarde, ainda que o rumo seja curto, incerto ou simplório como uma ida até a quitanda, mas que se vai transformando, quando de lá se sai ladeira abaixo ora acima e se vai saboreando o cheiro da noite, que sem que se saiba também de onde vem misteriosamente se achega e sorrateira vai recheando os sonhos de mil e uma fantasias.
Enquanto, passo a passo, no desdobrar das manobras, entre uma gostosura e outra, saída de um saco de papel estalante, que faz se solte risos e se cruzem olhares cúmplices, se vai degustando a própria vida considera naquilo que está ao alcance da mão – E não importa que, não se tenha respostas para os questionamentos do dia a dia ou que não se saiba qual a causa maior do deleite por se encontrar vivo - Se os maravilhosos pãezinhos de queijo ou a companhia com a qual se divide bons bocados - Quer doces ou amargos!
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