Quando em meio à solidão se recorda de tudo
E de tudo se tenta esquecer é quando, neste vai e vem do juízo, tal qual balancim, chega inclusive a lembrança daquelas horas suplícios, quase infindas dos dias longínquos, ante o caderninho de caligrafia...,
Porém, o que parecia castigo se transformou em graça, a solidão em ferramenta à mercê da arte e o privilegio de sublimar a dor e a solidão em poesia, fora dado ao poeta - Que persuadido pelos encantos da escrita com maestria dota suas letras de magia e com elas seduze.
Sabe como ninguém que o melhor da arte de escrever reside no prazer de brincar nas dobras do tempo – nalgumas deixando a ingratidão aos ingratos, como se deixa os mortos aos mortos..., Noutras regozija-se com os presentes do hoje – ainda que a surpresa seja a solidão;
Quando agraciado, agradecido verseja trazendo prá perto o que ainda é futuro.
Porque, escrever está para aquele que escreve
Como socorro, não obstante, oficiando ao bel prazer.
Em regra o poeta com seu poetar:
Afugenta a saudade que dói, do passado que teima em querer voltar,
Domicilia-se no gosto da mistura das letras, se deleitando no burilar as frases, enquanto o pensamento vagueia bolinando o que, somente, com ele se pode alcançar.
Razões pelas quais o simples ato de escrever transcende revelando a arte na tecedura das letras!
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