A terra convulsiona.
Entre os seus espasmos o olor da morte se esparge,
Lágrimas encarnadas derramam-se por sulcos descarnados dos rostos desesperançados, sobre escombros de imensa tristeza, atônitos sonham sem dormir; dormidos plasmam realidades que, se foram com os seus sonhos!
Dorida a terra chora.
Sua dor é tamanha que arregala olhos e faz latir muitos corações sem pudor desnuda-se, golfa-se, parece suja, vida e morte disputam os espaços onde o vazio se confunde com o amontoado da desolação!
Minha dor se contrai, envergonha-se, e perde volume, meu soluçar se estanca e minh´alma sai do vale de minhas lágrimas.
O que me foi abatido torna-se insignificante ante as noticias de grandes perdas.
A vida me toma de assalto a auto-compaixão, e meu fardo se torna de todo leve!
Reequilibra-se o meu espírito, e me chega outra vez o senso da razão: O que é a minha dor, senão pequeno incômodo -, Enquanto que, a terra grita por socorro!
Urge amenizar-lhe os sofrimentos.
Aliviar-lhe o cheiro, secar as lágrimas, vestir suas vergonhas, dar à morte o fim, sepultar os entulhos, sanear necessidades, semear fé e esperança... E no afago de coração para coração, ainda que só em oração, assim se possa realizar, trazer de volta a vida.
E restituir-lhe aquilo que lhe que é inerente -, O prazer de amar e sonhar!
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