Vi um show a muitos anos de um cantor que na época magro, cabelos escuros e longos. Andava muito solto com calça esportiva da Adida com aquela tarja branca na lateral que todos usavam nos anos 80.
Passado todo esse tempo estava caminhando pelos corredores de um shopping a passar os olhos nas vitrines e de repente quem eu vejo vindo de encontro, com os mesmos cabelos e mais forte, o tal cantor, me agradou vê-lo depois de tantos anos, eu poderia chegar e dizer:
_ oi, cara. _Eu estava no seu show em 20 de janeiro de 79 naquele palco medindo 5 x 3 onde você fez todo o clube cantar e dançar por quase duas horas com seus solos de guitarra.
E uma turma de seis garotos filhinhos de papai se amontoava ao lado da quadra lá no fundo puxando unzinho, tudo bem discreto, escondido, não poderiam escancarar, senão, ficariam marcados no clube e certamente não entrariam nos próximos shows.
Mas voltando a pessoa do cantor, me assustei quando ele chegou mais perto, estava branco que parecia de cera, sem cor, neutro e sem tom.
Vinha de mãos dadas com uma morena que parecia estar também se desbotando. Pensei, será que ficar famoso ou rico faz com que a gente deixe de pegar sol, num país tropical e ainda no Rio é um pecado não ser um pouquinho bronzeado.
Mas no fundo vê-lo na minha frente, foi uma viagem e pelos corredores das lojas repassei vinte anos da minha vida, sem saber que por um bom tempo as músicas cantadas e tocadas por ele fizeram parte da minha vida.
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