Não há como negar a árdua tarefa da construção de uma vida!
Não obstante, é obra que se pega pelo meio.
Metade da edificação deve-se a outros, cujos quais, a sã consciência lhes aponta os méritos, ornando-lhes com a gratidão.
E que dizer da construção de um grande amor?
É bem comum idealizar o amor, acabando por confundi-lo, quando do movimento impetuoso quão variável do desejo, que em suma não é mais que arrebatamentos de uma paixão surgida do interesse imediato. Logrado o propósito não é raro dar-se por acabada a paixão, que se lança a caminho de novas conquistas. Diferentemente o amor constitui-se nas bases do comedimento, embora digam erroneamente que o amor é cego, isso em nada obsta a sua visão larga e clara, altruísta, vê, e com a mansuetude a ele inerente, mostra sem apontar e espera com tranqüilidade pelos resultados positivos daquilo que foi semeado.
Construir um grande amor, assim como a construção de uma vida que deverá se tornar notável, também é tarefa que importa em esforço – Se a vida se toma a meio caminho andado...
Já o amor é projeto onde a autodeterminação dos consortes busca desde o início desenvolvê-lo nas bases do comum acordo.
No surgimento de divergências o ato de ceder não significa desqualificação, ou necessariamente implica em término, mas, sobre tudo permite lugar ao equilíbrio.
Preocupações e zelos não são entendidos como amarras, ou guarnições do ciúme, senão como demonstrações inequívocas de bem querer – Nessa construção ninguém é ou quer ser dono de alguém, é que o carinho aí sempre, sempre cai muito bem -, como bálsamo reconstituinte de vigores.
A construção de um grande amor pauta-se pelas máximas do Amor ao próximo, do Perdão, do Esquecimento das ofensas entre outras.
E enquanto vai se construindo um grande amor, em realidade o amor é quem vai, por assim dizer, reconstruindo os pretensos construtores, por que somente o Amor constrói - “ 1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.” - I Coríntios. |