Que as tardes de frio são convidativas ao esquenta-pés embaixo de uma coberta isso é notório! E quando essas tardes friorentas invadem um sábado solitário, e se é o penúltimo dia das férias, ah, não dá outra! Do pensamento até a execução é um pulinho, melhor dito, se correr para cama ou mesmo para o sofá da sala e meter-se embaixo da coberta é tudo de bom!
Mas, para Edward Murphy se uma coisa tem a mais remota possibilidade de dar errado, certamente, essa coisa, ao fim e ao cabo, dará errado!
É aí neste conforto paradisíaco que alguns contecimetno teimam em turbar a o bom da coisa.
Junho de 2008. Alcione encontrava-se num desses instantes, toda estendida sobre sua cama de casal, quatro travesseiros, dois cobertores de pura lã, comprados no sul, quando esteve por lá, no verão. Era uma quitinete bem guarnecida e caprichosamente decorada. A televisão de plasma disputava a atenção com notebook, mine, mas, com banda larga, um top de linha, eram companhias em assistidas. A tarde estava realmente fria algo por volta de 12ºC. Entre suas mãos uma caneca de chá, que lhes aqueci, também os pés já iam aquecidos sob os pesados cobertores. Alcione bem cômoda mantinha-se ora navegando ora entretida com os anúncios da tv, coisa que lhe encantava, mais que os programas propriamente ditos. Uma chamada extraordinária na tv lhe fez voltar no tempo.
Tentou tanger o pensamento, entretanto, diante da situação as lembranças vieram bem fortes – Naqueles dias tudo era tão deslumbrante! Antônio era diferente daquele menino de cabelos loiros e olhos verdes, que Alcione perdera da memória o nome, e que todos o chamavam amigavelmente de Bichinho, a razão também não se lembrava. Jorge era moreno, esbelto e alto, era encantador quanto o outro, aos olhos da menina. O garoto de olhos verdes era levado, atrevido e andava fazendo piruetas em sua bicicleta, além de ir de sua casa até a casa dela nos fins de semana, muitas vezes ao dia – Uma espécie de cortejo!
Jorge por sua vez lhe escrevia bilhetinhos e os escondia nos cadernos de Alcione ou os jogava para ela da janela da Kombi, quando do regresso da escola.
18 mais tarde, Alcione se surpreende quando dona Julia a mãe de Jorge revela que o filho havia dito, naqueles dias, que ela Alcione, fora sua primeira namorada.
Como, se tudo não passou de um beijo suave nos lábios e alguns bilhetes! Que eram bilhetes apaixonados, eram! Mas, como decifrar um “Eu te amo” aos dez anos de idade, Jorge tinha lá seus 14 anos de idade na época, talvez 15!
E naquele tarde cômoda, porém solitária e sob um frio desgraçado outra vez Alcione se surpreende, o grande amor de sua vida, está ali estampado em 40” diante dela. Alcione se reconhece quando o reporte pergunta ao ilustre entrevistado sobre sua vida pessoal, “Mulher, tive uma...”
Que o amor se tenha apresentado a Alcione, é inegável!
Todavia, e, lastimavelmente – “Acontecimentos infelizes acontecem em série” – Segundo as Leis de Murphy. |