Por terra grandes valores. 
Crenças soterradas, sonhos perdidos e lembranças vagas. 
 
De quando em quando um suspiro, uma dor! 
 
Sobre os destroços a saudade vagueia soluçante, em busca das vidas. Sem mais esperar, deixa-se ao léu, nas arestas do tempo. 
Ante as ruínas, ensimesmada, já não mais crer! 
 
Juntando-se à saudade por sobre os escombros um violeiro faz derramar suas lágrimas, em versos, às cordas da velha viola.  
Num dedilhar solitário cantando para vida, diante da morte. 
 
Vencido, recolhe-se às memórias.  
Deixando naquele campo desolado a musa de toda a sua inspiração. Remanescente à destruição segue, o trovador, tocando a própria vida, na tentativa de recompor os restos  em que, também, se partiu o seu coração. 
 
E à sombra de uma tapera, em noites de luz, do luar, debulha o velho poeta a sua lírica tristeza, numa trova dorida, decantada nos versos de belíssima canção àquela que continua a ser a fonte de toda a sua emoção. 
 
Nos entulhos daquela dor 
A florescência de versos adornando o amor - Transcendente e imortal. 
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