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Inicio / Cuenteros Locales / hibrida / O DIABRETE FOGOIÓ.

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Foi na pacata cidadela de casario típico onde as janelas emolduravam as senhoras donas-de-casa, entre uma tarefa e outra em suas janelas se punham a observar os passantes, ou simplesmente ali davam seguimento aos pequenos afazeres. Parecia não ter lugar melhor para procederem à escolha de arroz e debulha de feijão. Nem tanto às portas, mas sim, os janelões, desempenhavam a perfeita conexão entre a vida doméstica e a vida lá de fora.

Ali um Caixeiro-viajante viu-se em apuros chegando quase a surtar.

O infeliz Caixeiro, logo que saiu da estalagem onde se encontrava hospedado, ao passar pelo largo da Matriz topou com um pequeno ser de olhos agateados e cabelos cor de fogo, o pequeno era espichado feito um bicho-pau em forma de gente.

Como era da natureza do comerciante a língua solta, este ao ver o pequeno referiu-se diretamente a esse de maneira jocosa, os demais que por ali se encontravam se riram gostosamente. O inegável é que, para toda ação há uma reação.

Assim naquele dia, desde àquele momento o Diabrete Fogoió seguiu os passos do mascate, entoando um assovio sem ritmo ou melodia, apenas um contínuo fi-fi-fiu, fi-fi-fiu alucinantemente irritante. Se o comerciante parava diante de uma casa para oferecer suas mercadorias o assobiador, também, parava recobrando as forças do bico, porém, quando o ambulante se punha a caminho, à retaguarda os pequenos pés e o fi-fi-fiu, fi-fi-fiu seguiam-lhe os passos.

Passaram diante de muitas janelas, e os espectadores quando acompanhados comentavam entre si, quando não, corriam apressados em direção aos fundos da casa. Segundos depois, e ainda a tempo de se ver a dupla, a janela se enchia de gente e risos.

Sol a pino, não obstante, o pequeno cortejo seguia, e o assobio, também.
O ambulante de vez em quando olhava para trás o Diabrete disfarçava e parava de assoviar por uns instantes, tão logo, o viajante dava seguimento a marcha, o pequeno segui-o assobiante, como nunca, fôlego no faltava.

Os negócios do dia ficaram comprometidos, nada de nada o caixeiro conseguiu vender, por esse motivo o seu estômago encontrava-se recheado de coisa nenhuma, e muitos goles de água rogados a cada janela, chocalhavam nas tripas ocas, o estado era triste e o juízo do coitado dava mostras de perturbação.

Desanimado sentou-se sob a sombra de duas frondosas amendoeiras, e o pequenino algo familiarizado com o local ficou por ali, assim, assim... O caixeiro ao avistar uma senhora à janela lhe perguntou em tom de suplica: _ Por Deus minha senhora! A Senhora acaso conhece o pai desse um aqui.
- Sim conheço?
- Quem é, a Senhora poderia me dizer?
- É meu marido, porquê?
- Senhora isso não é gente não... Esse diabrete fogoió, do olho de gato ladrão passou o dia atrás de mi, e mais, assoviando! Eu tô com os nervos abalados.

Muito calma àquela mulher lhe falou:
- Moço, vou lhe dar um conselho: melhor o senhor tomar o seu rumo que meu marido já está se aproximando. E não vai gostar nem um pouco das coisas que o senhor disse a respeito nosso filho.

- Ai, meus deuses o pai é igual, igual ao filho! E também e vem assoviando... Em que inferno vim negociar ou tudo isso será obra do Benetido!!!!

Texto agregado el 08-10-2007, y leído por 220 visitantes. (1 voto)


Lectores Opinan
09-10-2007 hahahahaha filho de peixe, peixinho é...um conto muito bem narrado, cheio de humor, gostei pacas! Além de ter uma moral da história...mais respeito para também ser respeitado. nota 10 nocheluz
 
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