O caminho apresenta-se longo e ermo.
Meus passos se alargam e muitas são as vezes que me detenho
Sentindo medo e querendo desistir. Sento-me à beira do caminho e choro.
Reconsidero e olho em direção ao passado.
Porém, já não vejo os meus rastros, tampouco avisto mãos amigas a me acenar.
Estimulando-me quer seja para regressar ou para que eu me atreva a avançar.
Levanto-me, desolada e lamento a solidão.
Contemplo o por vir e sinto o coração descompassar.
O medo acerca-se outra vez. Contudo retomo a via, pois já não cabe renunciar.
Aclives e declives resvaladiços adornam o caminho.
E, sombras dissimulantes, ao passo que, perscrutam margeiam meu caminhar.
Afugento-as e prossigo. Embora por veredas sombrias num andar desacompanhado.
As pedras que se fazem presente ao longo da senda me machucam.
Novamente a vontade de não prosseguir. Entanto, reflito sobre o estágio de inferioridade em que se encontram - já não me magoam. Mas, prodigalizam-me dilapidação espiritual.
Numa reflexão continua marcho.
O medo já não me atormenta, apenas me assusto com alguns percalços - relevando os espantalhos. Neste, entretanto, em meio, sinto-me triste e cansada – extenua-se a fé.
Postergo-me, em considerações...
Porém já não quero olhar o caminho percorrido.
Uma brandura angelical assoma-se me incentivando a travessia continuar.
Determino-me a levantar, enquanto, me cai uma lágrima.
Atrevida me acompanha por longo trecho do caminho ermo
- Que não imagino onde possa me levar, e menos ainda, onde ou quando vai findar.
Não obstante, acerca-se de mim a esperança infundindo forças para novos rumos, menos escarpados e mãos amigas, encontrar.
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