LA PALOMA BLANCA (bilingüe)
Escondida entre las ramas bajas de un arbusto había una paloma blanca. Era de noche y ya se sabe que la paloma no es un ave nocturna.
En el parque, a esas horas, se gozaba de la tenue luz de las farolas, de modo que veía a la palomita posada, a mi altura, en aquella rama baja.
La pobre sabía que la estaba mirando a muy corta distancia y, probablemente, en su pequeño cerebro se escondiese el temor de que, si yo quisiese, podría hasta atraparla.
No estaba dormida y me miraba asustada. Supongo que a ella le gustaría alzar el vuelo y encaminare hacia una rama más alta, pero se conoce que por la noche tenía miedo a volar.
El caso es que aunque su corazoncito latiese acelerado y me mirase con temor, no se movía de donde estaba.
Yo no tenía la menor intención de hacerle ningún daño, pero me gustaba mirarla: tan blanquita, tan bonita.
Si pudiera hablar con ella le preguntaría: “¿Cómo has ido a parar a una rama tan baja para dormir?”. Y también le diría: “No me tengas miedo, sólo quiero mirarte”.
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A POMBINHA BRANCA
Escondida por entre os ramos baixos de um arbusto havia uma pombinha branca. Era noite e já se sabe que a pomba não é uma ave noturna.
No parque, àquela hora, gozava-se da tênue luz dos lampiões, por isso é que eu via a pombinha pousada, à minha altura, naquele ramo baixo.
A coitadinha sabia que eu a estava observando de uma distância muito curta e, provavelmente, em seu pequeno cérebro se escondesse o temor de que, se eu quisesse, poderia até perturbá-la.
Não estava dormindo e me olhava assustada. Penso que lhe agradaria alçar vôo para um ramo mais alto, mas, ao que parece, tinha medo de voar à noite.
E ainda que seu coraçãozinho batesse acelerado e me olhasse com temor, não se movia de onde estava.
Eu não tinha a menor intenção de fazer-lhe algum dano, mas me agradava o fato de olhá-la: tão branquinha, tão bonitinha.
Se eu pudesse falar com ela, lhe perguntaria: “Como é que foste parar em um ramo tão baixo para dormir?”. E também lhe diria: “Não tenhas medo, eu só quero te olhar”.
(©J. Martín / Revisão: Lucia Constantino)
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