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O CORPO DE UM JOVEM É ENCONTRADO NO LIXÃO.

Trazia a manchete de um jornal de grande circulação.

Naquele mesmo dia, num dos bairros da cidade, em frente à casa de Juninho aglomerava-se uma multidão considerável. Vieram reder-lhe as últimas homenagens. O murmúrio deixava ainda mais fúnebre o acontecido. A maioria comentava a respeito da tragédia. Varias eram às hipóteses.

Juninho, como era chamado em casa e por todos que o conheciam, era um rapazote de traços fisionômicos suaves como de sua mãe, assim como suas atitudes brandas. De comportamento recatado, demonstrava grande apreço pela música clássica. Desde menininho dedicava-se à benevolência. Apesar da pouca idade e do comportamento diferente aos de sua idade era um rapaz muito bem quisto e de inúmeras amizades, sem impedimentos de idade, sexo, ou posição social. Contudo o relacionamento entre pai e filho não era recíproco.

Em casa quase sempre o ambiente se desarmonizava quando pai se encontrava sob o mesmo teto devido aos gestos e modos grosseiros como Otaviano se conduzia, sua maneira de ser era desaprovada pela esposa que mantinha o casamento, em virtude das regras da época. O carinho adolescente que a levara ao altar há muito se acabara. Com a chegada dos filhos, especialmente, com o nascimento de Juninho complicara-se mais ainda o relacionamento entre o casal.

Desde o desaparecimento do caçula, Virginia entristecera-se profundamente. Otaviano apesar do empenho na busca pelo filho, continuava o mesmo. A cada dia exigia da esposa mais empenho conjugal. Naquela manhã em que foram chamados a ver o corpo que fora encontrado Virginia se surpreende com a atitude do marido totalmente comovido. Encara-o firme e o abraça calorosamente.

Após o reconhecimento do corpo como sendo o corpo de Juninho, deram-se os procedimentos rotineiros de investigação do crime. Porém, dado o prazo e sem as devidas apelações foi arquivado o processo sem ter sido encontrado o seu autor.

Apesar do doloroso desfeche e diante de algumas, poucas, mudanças de comportamento do esposo o casal vive mais alguns anos juntos. Todavia com as mudanças sociais, e sem a presença dos filhos, que devido ao temperamento do pai foram-se do lar paterno, Virginia separa-se deixando que o marido vivesse sua intempestividade egoística ao seu bel prazer.

- Uuu. Uuu...!
Que dor! Socorro, por favor, socorram-me...
Desnorteada desgraçada criatura ao tempo que vociferava saltava urros animalescos.
Ai, ai, ai, Virginia...!

Apiedado aproxima-se, naquele instante, um jovem e com voz tranqüila e tenta acalmar o infeliz, que continua vociferando.

- Tranqüilize-se...

- Ai, ai... Menino corra vai chamar Virginia para me socorrer não vê como estou, parece que todos os meus ossos estão esbagaçados. Corra menino obedeça vá logo.

Mais ou menos cinqüenta e cinco anos mais tarde, após ser encontrado o corpo de Juninho, uma comitiva de técnicos e ambientalista sobrevoam o aterro sanitário JR. maravilhando-se com as mudanças ora observadas - Do lixo às flores. Espantado um dos técnicos chama a atenção dos demais para a revoada de urubus, coisa que já não era mais comum naquele local. Em meio à jardinagem aquelas aves carniceiras chafurdam às vísceras de um difundo de idade já bem avançada.

A rebelião num dos presídios da cidade termina com a negociação, ficando acordado a transferência de um dos encarcerados para outra cidade e algumas concessões aos que ficam. O aparato para transferência dar-se. Embora, tenham sido tomadas às providências o translado evidencia periculosidade. O contingente e tomado. Um grupamento de bandidos assume a direção da viatura que conduzia o rebelado. Ao ser comunicado da ocorrência o comando Militar delega seja feita a captura dos bandidos. Na fuga os bandidos, avessos, às regras dirigem o veículo em altíssima velocidade sem direção ou sentido; ocasionando vários incidentes.

Otaviano com o passar dos anos, é disciplinado com os rigores do tempo e isolamento. Sua maneira de ser alterou-se, entretanto, com seus 93 anos voltara a ser tão rude e exigente com os demais como antes. Mas, já não se movimenta com agilidade. Ao tentar a travessia de uma rua é atropelado. Sendo seu corpo arremessado de modo surpreendente indo parar um dos jardins do JR, por uma ironia do destino. A rua encontrava-se totalmente deserta não havendo testemunhas do ocorrido. Sete dias depois são capturados os bandidos fugitivos, no entanto, guardam consigo o segredo do atropelamento.

O desaparecimento do velho ranzinza e solitário por ninguém é reclamado. Perecendo o seu cadáver sob as investidas da natureza. E sofrendo no espírito as sensações das quebraduras do atropelamento e dos atos dos esfomeados urubus que selvagem se deleitavam com suas vísceras.

- Uuuu, Que dor dos infernos...
Xô, xô diabos...! Esses bichos estão me comendo. Virginia!

- Acalme-se! Já estão aqui aqueles a que vieram em teu socorro. Não os vê?
Menino insolente e mentiroso... Ainda por aqui! Anda vai buscar socorro para mim. Até se parece àquele traste, primeiro o matei no meu coração por nunca haver lhe querido. Ainda assim por insistência daquela outra veio ao mundo somente para me dá desgosto com aquele jeito todo padreco.

O jovem aproxima-se mais ainda da pobre criatura, ajoelha-se, acaricia-lhe a fronte. Otaviano aquieta-se. Como segue balbuciando palavras desconexas o jovem pressioná-lhe os lábios com o dedo intuído-o ao silêncio.

Sem esforço o jovem recolhe o imaterial ancião e o aconchega ao colo, como se estivesse acolhendo um bebê. O senhor necessita de cuidados. Vamos pra casa pai.

Texto agregado el 01-12-2006, y leído por 166 visitantes. (0 votos)


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